“Rompendo as porteiras para poder construir algo diferente”: mulheres camponesas na universidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25214/25907816.1074

Palavras-chave:

estudos de gênero, ensino superior, população rural, participação social

Resumo

O estudo que deu origem a esse artigo teve como objetivo conhecer as narrativas de mulheres camponesas inseridas na universidade pública, e apreender as lutas e desafios que perpassam essas vivências. Trata-se de pesquisa qualitativa, em que se realizou um grupo focal com cinco mulheres camponesas de uma comunidade rural do município de Catalão-Goiás (Brasil), que ingressaram na Licenciatura em Educação do Campo, na Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão. Observou-se, a partir das falas das mulheres, as dimensões materiais das dificuldades de permanência na universidade, denunciando a carência de ações para a inclusão dessas pessoas nesse espaço. As participantes apontam como o machismo interfere nos seus cotidianos, exemplificados em narrativas sobre a desconfiança dos maridos e vizinhos sobre o que elas fazem na universidade. Muitas apontam a Educação Superior como um espaço promotor de um processo de emancipação, possibilitando a ocupação de outros lugares na sociedade, indo além do que é socialmente imposto, podendo se apropriar de outros saberes e experiências.

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Publicado

2021-06-08

Como Citar

Nunes Farias, M., Faleiro, W. ., & Borges Neiva, A. M. . (2021). “Rompendo as porteiras para poder construir algo diferente”: mulheres camponesas na universidade. Revista Ocupación Humana, 21(1), 27–41. https://doi.org/10.25214/25907816.1074

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